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Artigo publicado na edição nº 31 de junho de 2008.
VER PARA CRER:
NA ÚLTIMA HORA

Alexandre Pianelli Godoy

Os leitores dos anos 1950 que comprassem o jornal Última Hora[*1] consumiriam notícias policiais redigidas de forma teatralizada como se pretendessem ilustrar o crime no momento em que ocorrera, tornando-se verdadeiros folhetins. Em 5 de setembro de 1956, lia-se no periódico que dois assassinatos haviam sido cometidos na calada da noite, crimes que a coluna Na ronda das ruas fazia questão de noticiar em tom misterioso:

Seriam mais ou menos meia-noite quando o Sr. Luis Alves, proprietário de um bar localizado na Rua São Carlos, 67, preparava-se para fechar o seu estabelecimento. Nisso, um rapaz, ainda jovem, banhado em sangue, ingressou no bar e exclamou:
- Covardes. Me mataram!
Dizendo esta frase, caiu em decúbito ventral, para expirar momentos depois. Comunicado o fato ao Comissário Joel, do 44º D. P. êste solicitou o comparecimento da Polícia sendo essa representado pelo Perito (...), o qual procedendo aos exames preliminares no cadáver, constatou dois [tiros] à bala, sendo um no braço esquerdo e outro na região carotidiana.
Apuraram posteriormente, as autoridades, que o morto era Adilson de Sousa (solteiro, de 17anos, Rua Laurindo Rabelo, 457, fundos), e que há cerca de um ano fugira do SAM [Serviço de Atendimento ao Menor]. Talvez que de uma desinteligência surgida, entre êle e possivelmente elementos traficantes de maconha, que pululam pelo (...) morro [de São Carlos], é que tenha se originado o crime.[*2]

Quase à mesma hora,

(...) a Polícia da 23ª D. P. era notificada que na Rua Eulina Ribeiro, em frente ao número 415, uma mulher em adiantado estado de gestação era abatida a tiros, por motivos ainda ignorados.
Trata-se de uma jovem de cor parda, com 20 anos presumíveis, trajando-se modestamente que, após ligeira altercação com desconhecidos fôra assassinada com um tiro no coração.
Moradores da rua acima citada, quando ouvidos pelas autoridades, declararam que sômente ouviram gritos de mulher e logo após os estampidos. O caso foi entregue à Polícia Técnica.[*3]

O grande atrativo da coluna policial Na ronda das ruas, do jornal Última Hora, era a maneira nova como os crimes passaram a ser apresentados ao público. Fornecia ao leitor a ilusão de que o jornal estava presente no momento dos acontecimentos, aparentando uma ubiqüidade visual da imprensa por meio da escrita. Este foi um dos aspectos inovadores trazidos pelo jornal, fundado em 12 de junho de 1951, pelo jornalista Samuel Wainer, com uma tiragem de 80.000 exemplares que foram distribuídos na saída de um jogo noturno no estádio do Maracanã, numa época em que a tiragem dos grandes jornais oscilava entre 60.000 e 70.000 exemplares.[*4] No entanto, se os grandes jornais já haviam conquistado um público leitor isto certamente não se devia às suas páginas policiais. No jornal Última Hora os crimes e delitos de toda a sorte ganharam tal destaque que passaram a se constituir num dos aspectos fundamentais do seu estilo editorial.

É interessante notar que os dois crimes foram apresentados simultaneamente não apenas para informar que estavam ocorrendo na mesma hora – o que reforça a idéia de movimento e visibilidade da notícia –, mas para impressionar o leitor de um jornal que parecia estar ao mesmo tempo em vários lugares, registrando os fatos sem perder nenhum instante, quase que na “última hora”.

De forma inovadora, o jornal se apropriava dos valores das camadas médias da sociedade de culto da aparência e valorização da imagem como verdades incontestáveis para apresentar um relato considerado “real” dos crimes, com o cuidado de não afrontar os ideais sociais de estabilidade desses setores sociais. Os crimes deveriam ser apresentados não como tragédias cotidianas, mas como acontecimentos espetaculares, portanto, “dignos” de visibilidade pública por não se encaixarem dentro das expectativas sociais desse público-alvo. Por isso, os crimes ao mesmo tempo em que mostravam o avesso das aparências, não permitiam que seus leitores rompessem com as normas, aliás, as reforçava pela maneira estereotipada como os criminosos e suas vítimas eram expostas.

Em 1962, Roland Barthes escreveu um texto sobre este tipo de linguagem jornalística denominada de fait divers que, segundo ele, ganhava uma “extraordinária promoção (...) na imprensa”[*5] dos dias de hoje. Mas bem antes de 1962, os faits divers já estavam circulando entre os principais jornais europeus e norte-americanos. No Brasil, a consolidação definitiva dos faits divers viria pelas páginas do jornal Última Hora, durante os anos 1950.

Se antes a notícia policial expressava mais indignação, espanto ou horror talvez fosse porque tais crimes não servissem estritamente como atrativos para venda de um jornal. A notícia policial ainda não era uma mercadoria a ser consumida, e nem a imprensa uma empresa no alvorecer do século XX. O aparecimento do fait divers como “uma arte de massa” indica não só que a notícia policial era um produto a ser consumido, como indica o momento histórico em que se encontrava a imprensa brasileira, já devidamente constituída como empresa jornalística nos anos 1950. Deve-se entender a expressão “arte de massa” em todo o seu significado, pois expressa uma fabricação, um investimento de trabalho ou ainda de mão de obra destinada ao consumo de todos, e também “arte” no sentido de criar ficção: inventar uma história que atinja a todos.

A pretensa ubiqüidade escrito-visual do jornal atendia ao padrão de estabilidade das camadas médias que valorizavam a moralidade pública calcada no “ver para crer”. O jornal era o próprio olho social da aparência que preferia perceber tudo de relance, na “última hora”, do que encarar as mudanças que a vida burguesa impunha para aquela sociedade. Roland Barthes afirma que o nome do jornal “constitui um saber que pode fazer infletir fortemente a leitura da mensagem propriamente dita”[*6]. Portanto, se os crimes não podiam deixar de ser noticiados por ser uma mercadoria lucrativa, tampouco poderiam afrontar os valores sociais de estabilidade familiar, conjugal e emocional. Era preciso criar a ficção de que o jornal estava na hora em que os fatos ocorriam para garantir que as tragédias fossem expostas como atitudes de indivíduos que não se encaixavam nas regras da aparência, do bem comportar-se socialmente. Assim, o leitor “mediano” poderia consumir a notícia policial com um espanto provisório, como se aquilo tudo não fizesse parte do seu mundo.

O dono do jornal, Samuel Wainer, reservou em suas memórias uma explicação mais “nobre” para o formato que os crimes policiais adquiriram no jornal Última Hora:

Em agosto de 1951, o senador Epitácio Pessoa Cavalcanti de Albuquerque, filho de João Pessoa – o ex-governador da Paraíba cujo assassinato precipitara a Revolução de 1930 –, apareceu morto em sua casa no Rio de Janeiro. Epitacinho era bastante amigo de Getúlio Vargas, e o hospedara por alguns dias antes de assumir a Presidência. Começaram a circular pela cidade rumores de que Epitacinho fora envenenado por sua mulher, por questões de herança. Eu tinha repugnância por fatos policiais e, até então, negava-me a dar-lhes destaque na Última Hora. Mas aquela história caíra na boca do povo e começava a tomar proporções incontroláveis. O velho Malta procurou-me:
- Precisamos dar alguma coisa sobre isso.
Achei a idéia maluca.
- Epitacinho era meu amigo, amigo de Getúlio – ponderei.
- A cidade inteira só fala nesse caso, isso venderia muito – retrucou Malta.
(...) No dia seguinte, publiquei a primeira manchete policial da história da Última Hora: ‘Epitacinho teria morrido envenenado’. Foi uma bomba. Aumentamos a tiragem para 25.000 exemplares, que se esgotaram em poucas horas. Seguimos explorando o caso por alguns dias e incorporamos outros milhares de leitores.[*7]

É importante notar que durante todo o relato do jornalista a vinculação entre o jornal Última Hora e a política institucional adquirem um peso muito maior do que a relação entre o diário e a sociedade carioca dos anos 1950. Isso se deve principalmente porque o relato de Wainer foi concedido no ano de 1980, época onde o olhar sobre os “anos dourados” já tinha se consolidado na memória histórica, tanto entre os cientistas sociais como na imprensa, a partir dos temas ligados ao “nacional-desenvolvimentismo” e ao “populismo”. Isto é, de visões ideológicas que contribuíram para encobrir o fosso que separava a sociedade carioca das próprias instituições governamentais, numa reatualização do mito do Estado Nacional na década de 1950. Assim, ao tentar explicar o novo tratamento dado aos crimes policiais, o “crime inaugural” não poderia ser outro senão o de um personagem da política institucional.

Wainer salientou que divulgara a notícia porque “caíra na boca do povo”. Sem nada esclarecer, o jornalista afirmou ter aumentado a tiragem de seu jornal provavelmente por causa deste “povo” ansioso por notícias policiais. Ou teria sido também porque tais crimes começavam a se constituir em mercadoria bastante lucrativa? É significativo que o jornalista não mencionasse em nenhuma parte do seu relato a coluna Na ronda das ruas, que por fazer parte do editorial do jornal revelava ainda mais o contorno mercantil que os crimes policiais anônimos – que pululavam pela cidade e eram matéria-prima de fácil acesso – ganhavam nas páginas do diário. Afirmar que o jornal se movimentava segundo interesses comerciais para conquistar mais leitores era destruir toda uma imagem de engajamento político que Wainer fazia questão de referendar, como se pudesse desta forma colocar o jornal mais próximo da “História” com “H” maiúsculo, a história dos grandes acontecimentos e personagens ligados às elites e ao poder. Afinal, o que o dono do jornal teria a dizer sobre crimes deste tipo:

ABANDONADA PELO NAMORADO MATOU-SE A JOVEM IRACEMA
Há cerca de um ano que a jovem Iracema dos Santos, solteira, de 23 anos, rua Maratuba, 151, em Ricardo de Albuquerque namorava o 3º sargento da Marinha Pedro Caldas da Silva, residente na Praça Onze, 352, sobrado, em companhia de seu colega, o cabo Wilson Monteiro. Acontece que de uns tempos para cá, o romance entre o casal esfriou e o militar não mais procurava a joveta. (sic) Ontem a noite, Iracema não resistindo a saudades que sentia do namorado, veio procurá-lo em sua casa. Êste não se achava presente. Quem a atendeu foi o cabo Wilson, que lhe disse que não sabia a que horas o sargento voltaria. Iracema então pediu a Wilson para ali ficar, até que Pedro regressasse. O cabo disse que não lhe ficaria bem, pois ela sendo namorada de Pedro, êste não gostaria de encontrá-la em um quarto com um homem. Dizendo isto Wilson foi até o banheiro ocasião em que Iracema tirando da bôlsa um vidro contendo veneno, ingeriu o seu conteúdo, para momentos após morrer. O fato foi comunicado as autoridades do 13º Distrito Policial, as quais as formalidades de praxe fizeram remover o corpo para o Instituto Médico Legal.[*8]

No meio da reportagem ainda existia uma pequena foto de Iracema para satisfazer a curiosidade dos leitores, acompanhada dos seguintes dizeres: “Iracema dos Santos – Não resistindo ao desprêzo dado pelo namorado pôs têrmo à vida.”[*9] Exposta ao público, o caso de Iracema interessava aos leitores que buscavam na coluna as imagens do que era considerado discrepante, anormal ou esquisito. Era uma forma de comercializar o que não era considerado “moderno” naquela sociedade e que, no entanto, deveria ganhar uma visibilidade pública. O comportamento de Iracema em nada combinava com a aparência elegante e equilibrada que se exigia para uma jovem de classe média. Tornar visível o crime era mais importante do que a própria tragédia, criando a ilusão de que o jornal estaria apenas descrevendo pelo olhar do repórter “imparcial” o crime no “exato” momento de seu acontecimento. Reforçava a crença social de que o olhar público era aquele que dizia a verdade moral da vida, mesmo que este olhar fosse mera aparência. A tragédia ficava em segundo plano. O grande impacto era poder registrá-la em seu “aqui e agora”.

Agressões, raptos, acidentes, assassinatos, suicídios, roubos e atropelamentos eram registrados diariamente na coluna em um estilo forjado para lhes dar uma visibilidade espetacular. Era desta forma que habilmente o jornal Última Hora conquistava mais leitores e vendia com sucesso a notícia metamorfoseada em mercadoria. Investindo muito mais no conteúdo e na forma da escrita para igualmente criar movimento e engendrar convencimento, o texto explorava a exigência de visualidade e de aparência daquela sociedade.

Entretanto, não foi só por meio das notícias policiais que o jornal deu forma ao seu estilo escrito-visual, que tanto agradava as camadas médias, mas também de uma hábil recriação das reclamações ditas “populares”. Era a coluna Fala o povo na Última Hora que criou uma língua venenosa e que não perdoava ninguém:

E DEL CASTILHO?
Minha gente, a PDF capenga continua não indo com a cara do bairro de Del Castilho! Conseqüência dessa sassaricagem: a boa turma de lá vive nas sofreduras! Olha que a gente, nesta seção, durante mais de ano batalhou por uma linha de ônibus que servisse àquele bairro. Foi um custo! Mas veio ela. Eta! Viva! Todo mundo contente e gritando: ‘Até que enfim! Êsse prefeito é mesmo bãozinho!...’ pois querem saber de uma coizinha muito bestinha? Os galinheiros da êmpresa ki explora aquela linha começaram a relaxar! E pronto! Olha os delcastilhenses nas sofreduras! E olhas os pobres sem condução! Trem? Kiesperança! Cadê lugar? Os que passam pelo bairro já é com gente pindurada até nas rodas! Pra completar esta história ramelosa a emprêsa acaba de pedir licença pra retirar seus latas de lixo da linha e o marmeladico departamento de Concessões concordou (Pudera! Entra Vasco, que meu marido é sócio!...) [...] Senhor Prefeito: Cume? Pra Del Castilho nada? A turma quer ônibus e lotações! Tisconjuro!”
[*10]

O estilo dava impressão de que todas as reclamações vinham do próprio “povo”. O leitor deveria ser convencido de que ali estavam contidas todas as suas queixas, não apenas pelo conteúdo das reclamações, mas pela forma como eram escritas. Mais do que tentar imitar a fala coloquial, ela era recriada. A coluna usava e abusava de interjeições, onomatopéias e da letra “K” para dar um apelo sonoro e visual, como se o leitor estivesse ali presentificado, dando um depoimento indignado das condições de vida na cidade. Além disso, a narrativa curta e simples e o uso de algumas gírias ajudavam a convencer o leitor que o jornal, de fato, o representava. Para o olhar do historiador, a coluna apenas se servia dos inúmeros problemas da cidade para conquistar os leitores pelo entretenimento. Tanto assim que o humor era a marca desta coluna produzida com grande habilidade jornalística, como se o riso atenuasse os problemas sociais, pois dificilmente alguém conseguiria traduzir a sua própria indignação desta maneira:

Fum!...
Minha gente, apanha uma barata bem cascuda, um rato morrido de cinco dias, um gambá ki nunca tomou banho na vida dele e um bode bem suadinho! Joga tudo dentro de uma panela. Deixa cozinhar em banho de dona Maria. Depois, cheira bem mesmo! Fum!... Tá danada, né? Pois olha: na rua Camerino, há mais de dez dias tem um caminho de esgôto berrentado! O cheiro tá tal e qual: Raios![*11]

É importante sublinhar o investimento feito na forma de escrever. Afinal, o conteúdo não era novo, expunha problemas que grande parte da população carioca já conhecia. Abordar os problemas sociais como uma “piada” era a maneira que o jornal encontrara para não frustrar as expectativas sociais de estabilidade. O que instigava o leitor eram a rapidez e movimento que a coluna imprimia através da manipulação do vocabulário comum, criando uma situação humorística. O principal não era dar voz ao “povo”, mas conquistar leitores de diversas camadas sociais e, sobretudo, dos setores médios.

É inegável que estes problemas existiam, mas não eram escritos para atender as queixas do “povo” e sim para entreter o leitor, que por sua vez não deveria entender estas reclamações como uma ameaça às expectativas de estabilidade. A própria coluna desconstruía esta noção de jornal “populista”, escancarando a distância entre a realidade concreta e as resoluções institucionais do governo. O jornal não estava preocupado em aproximar estas esferas tão separadas, mas em conquistar leitores. Portanto, o jornal não era desprovido de interesses políticos, mas movido por interesses comerciais. De fato, quem financiou a montagem do jornal Última Hora foi Getúlio Vargas, isto é, o governo facilitou créditos. Além disso, havia setores da burguesia nacional que o apoiavam como uma das frentes de resistência ao avanço do capital estrangeiro. Entretanto, não havia uma ideologia possível que pudesse deter a vontade do dono do jornal de conquistar um amplo e diversificado leque de leitores. Eram as camadas médias que se tornavam sinônimo da “massa” que se tentava atingir, muito embora isto não fosse claro para aquela especificidade social.

A proposta editorial escrito-visual do jornal Última Hora se apropriava dos valores prezados pelas camadas médias vendendo-os como valores gerais. Eram elas que se tornavam o parâmetro de “opinião pública” do jornal. Não por acaso, o diário inaugurou também uma coluna social para as camadas médias, Luzes da cidade, que fornecia pequenos flashes dos concursos de beleza que invariavelmente ocorriam nos clubes da cidade[*12], informações sobre bailes[*13] e aniversários[*14]. Os valores, estabilidade social por meio da aparência estética e moral, ganhavam destaque na coluna. Eram valores disseminados nas colunas sociais das camadas mais altas da sociedade que foram reapropriados para as camadas médias. A moça mais bonita se transformava em “rainha” de “última hora”, os bailes de clubes de futebol ou das associações recreativas eram tratados como acontecimentos glamurosos e uma festa de aniversário era alçada à categoria de um “coquetel”.

O estilo ágil, movimentado e urgente destas colunas revelam a proposta editorial do jornal Última Hora que, ao subordinar a escrita aos padrões de visualidade vigente, transformava o texto em visor, isto é, a verdade do texto como a verdade visual daquela sociedade que se apresentava como “mediana”. Moral média que encontrava respaldo e reforço nesta pretensa ubiqüidade visual do diário que com seu olhar de relance garantia que toda a essência da vida estaria calcada na aparência da notícia. Esta sociedade passava a valorizar os códigos visuais tanto pela sua capacidade de impor as imagens de uma estabilidade social – “moderna” –, como de expor as imagens do que não deveria ser considerado moderno: a morte, o trágico, a “feiúra”, enfim, os desequilíbrios e desatinos de toda ordem.

Referências bibliográficas:

BARTHES, Roland. A mensagem fotográfica. In: LIMA, Luiz Costa (org.). Teoria da cultura de massa. Tradução de César Bloom. 3ª edição. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990, pp. 303-316.
_____________. BARTHES, Roland. A estrutura da notícia. In: Crítica e verdade. Tradução de Leyla Perrone-Moisés. 3ª edição. São Paulo: Perspectiva, 2003, pp. 57-67.
WAINER, Samuel. Minha razão de viver. 15ª edição. Rio de Janeiro: Record, 1993.
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Possui graduação em História pela UNESP / Assis e realiza pesquisa sobre intelectuais da imprensa brasileira durante a Era Vargas.
O jornal Última Hora nos anos 1950 era publicado diariamente numa edição vespertina composta por dois cadernos. No entanto, em alguns dos exemplares pesquisados entre 1953-1957 foram encontrados duas edições do jornal num mesmo dia.
Na ronda das ruas. In: Jornal Última Hora – 05/09/1956, caderno 1, p. 06. Mantive a grafia e acentuação originais dos textos em todas as fontes citadas.
Idem. Ibidem.
Cf. WAINER, Samuel. Minha razão de viver. 15ª edição. Rio de Janeiro: Record, 1993, p. 142. [original de 1980]. O dono do jornal ainda conta que esta tiragem foi apenas inaugural, pois na edição do dia seguinte “tiramos 40.000 exemplares e vendemos pouco mais de 8.000.”
BARTHES, Roland. A estrutura da notícia. In: Crítica e verdade. Tradução de Leyla Perrone-Moisés. 3ª edição. São Paulo: Perspectiva, 2003, pp. 57-58 [original de 1962], onde completa o autor: “a notícia geral (...) procederia de uma classificação do inclassificável, seria o refugo desorganizado das notícias informes; sua essência seria privativa, só começaria a existir onde o mundo deixa de ser nomeado, submetido a um catálogo desconhecido (...); numa só palavra, seria uma informação monstruosa, análoga a todos os fatos excepcionais ou insignificantes, em suma inomináveis (...).”
BARTHES, Roland. A mensagem fotográfica. In: LIMA, Luiz Costa (org.). Teoria da cultura de massa. Tradução de César Bloom. 3ª edição. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990, p. 303. [original de 1969]
WAINER, Samuel. Minha razão de viver 15ª edição. Rio de Janeiro: Record, 1993, pp. 149-150. [original de 1980].
Na ronda das ruas. In: Jornal Última Hora – 03/09/1956, 2º edição, p. 06.
Idem. Ibidem.
Fala o povo na Última Hora. In: Jornal Última Hora – 05/07/1954, caderno 2, p. 04.
Fala o povo na Última Hora. In: Jornal Última Hora – 31/03/1955, caderno 1, p. 11.
RENATO, Carlos e RAU, Leda. Luzes da cidade. In: Jornal Última Hora – 03/09/1956, caderno 2, p. 05.
RENATO, Carlos e RAU, Leda. Luzes da cidade. In: Jornal Última Hora – 04/09/1956, caderno 2, p. 05.
RENATO, Carlos e RAU, Leda. Luzes da cidade. In: Jornal Última Hora – 06/09/1956, caderno 2, p. 05.