:: Página principal
:: Editorial
:: Sobre a revista Histórica
:: Publique seu texto
:: Colaboradores
:: Expediente
:: Imagens de uma época
:: Edições anteriores
:: Cadastre-se
:: Fale conosco
Artigo publicado na edição nº 37 de agosto de 2009.
Corpos Instáveis, mentes insanas:
a mulher e a medicina mental nas teses da Faculdade de Medicina da Bahia (Salvador, 1900-1920)
Vera Nathália Silva de Tarso

Primeira instituição pública do gênero na Bahia, o asilo de alienados São João de Deus foi inaugurado com toda pompa no dia de São João, em 1874, num solar da então distante freguesia de Brotas, a maior da capital da província. Marco fundamental no processo de legitimação da medicina mental como única instância médica no trato da loucura, o São João de Deus passou, a partir de sua inauguração, a abrigar homens e mulheres das mais diversas classes sociais vindos de todas as regiões da Bahia e até de outros estados do nordeste do Brasil[*1].

Foi nesse espaço de reclusão que os primeiros médicos baianos a se aventurarem pelo então arriscado terreno da medicina mental começaram a por em prática as teorias encontradas nos trabalhos dos alienistas franceses, principal influência do período, e buscamos reconstituir os discursos sobre a insanidade feminina a partir do viés "biologizante" e essencialista que via nos ciclos reprodutivos femininos a matriz dos distúrbios psíquicos que acometiam suas pacientes. Consideravam os médicos que a vulnerabilidade às doenças mentais era bem maior entre o sexo feminino, pois suas particularidades anatômicas e fisiológicas predispunham à instabilidade crônica, afetando principalmente seu sistema nervoso e sua complexa ligação a um sistema reprodutivo que vivia em constante transformação. Desta forma, surpreendentemente, enquanto o alienismo ainda tateava entre as teorias organicistas e vitalistas a respeito das causas da doença mental, no caso da mulher a resposta já parecia ter sido encontrada. De acordo com Renilda Barreto, o interesse da medicina evidenciava claramente as ansiedades que a condição feminina despertava no meio médico e que oscilavam da admiração pela capacidade de gerar vida ao medo que a sexualidade feminina inspirava, medo este resultante de um enorme desconhecimento e de uma herança misógina que via as mulheres como seres perigosos e imperfeitos que necessitavam de tutela[*2].

A partir de finais do século XVIII até o início do século XX, muito foi escrito a respeito dessa natureza instável, em permanente mutação, inaugurando-se um grande debate sobre a chamada "questão da mulher", seu papel e sua natureza. Segundo Elisabeth Vieira, desde esse momento, o corpo da mulher tornou-se absolutamente medicado, tornando-se objeto privilegiado da medicina e dos doutores, num processo de afastamento das próprias mulheres de seus corpos. Ainda segundo a autora, esse processo estava diretamente vinculado à necessidade de cuidar da reprodução e manutenção da saúde da população no momento de emergência das sociedades capitalistas e dos Estados nacionais no Velho Mundo. Vendo a mulher como elemento fundamental nesse processo, a medicina volta-se para o interior dos lares com a função de conhecer esse corpo que gera e mantém a vida[*3].

Ana Paula Vosne Martins, ao analisar o surgimento da obstetrícia e da ginecologia no Brasil, argumenta que o interesse da ciência moderna pelo corpo feminino deve ser articulado com a racionalidade científica que impulsionou o homem para o descobrimento de novos saberes e para a reavaliação de velhas crenças. O espírito científico que se debruçava no mundo natural e buscava descobrir suas leis fazia o mesmo com o corpo feminino. Do movimento de desbravamento do corpo feminino que se iniciou nesse período surgiram, no século XIX, a ginecologia e a obstetrícia, especialidades médicas voltadas exclusivamente para o trato do corpo da mulher[*4].

Carla Cristina Garcia utiliza-se da mitologia e de representações de loucas na literatura de Virginia Woolf e Sylvia Plath para discutir a insanidade feminina entre os séculos XIX e XX, tomando a noção de gênero como influência decisiva para os diagnósticos, definições e tratamentos da insanidade. Segundo ela, a ideologia que esse discurso fundamenta é a ideia de que a mulher possui um sistema nervoso a mercê de seu sistema reprodutivo, com sérias consequências para a construção de um lugar buscado pelas mulheres que começavam a lutar pela igualdade política e social, já que, como observa Garcia, a alegada instabilidade feminina restringiu o acesso das mulheres aos empregos, justificou a negação dos direitos políticos e seu controle pela família e pelo Estado[*5].

São célebres nesse período as mocinhas da literatura romântica às voltas com crises nervosas, como Elisa Maria Verona, em O romance, a mulher e o histerismo no século XIX, identificou ao analisar as representações femininas na literatura brasileira do final do século XIX e início do XX. Neles, há a maciça presença de mocinhas à beira de ataques de nervos, trêmulas, melancólicas e pálidas, bem condizentes com os elementos daquilo que se entendia na época como "a natureza feminina"[*6].

Em a História da Sexualidade, Michel Foucault analisa a histerização da mulher como um dos aspectos da repressão sexual, que representa uma das mais importantes formas de poder da sociedade burguesa desde o século XVIII. Como consequência da patologização de seu corpo, a apropriação de seus processos reprodutivos pela medicina é agora escrutinada de forma cada vez mais minuciosa pelos homens da ciência, detentores da palavra final sobre sua normalidade e responsáveis por recluir aos asilos mulheres que não se enquadravam nos modelos de feminilidade considerados normais. Ainda segundo Foucault, essa "ciência sexual" que agregou diversos saberes, como psiquiatria, pedagogia e demografia, buscou construir uma subjetividade feminina adestrada, útil para um Estado cada vez mais às voltas com questões sociais[*7].

De acordo com Joel Birman, todo esse processo tem uma imediata conexão com a sociedade industrial, que refaz as relações de trabalho e redefine o lugar de homens e mulheres a partir de uma nova moral das relações sociais. Essa moral busca principalmente o regulamento das paixões dentro das famílias, consideradas a base do novo espaço social. Seu alvo privilegiado serão as mulheres, consideradas como o caminho através do qual o discurso médico entraria e se solidificaria nos lares[*8].

Era imprescindível que a sexualidade feminina fosse adequadamente desenvolvida para que nada obstasse o destino natural da mulher, dotada física, moral e psicologicamente para o cuidado com a casa e a família. Como bem salienta Marivaldo Amaral em seu artigo sobre a Maternidade Climério de Oliveira, em Salvador, "ser mulher na Bahia republicana no início do século XX significava atender a um referencial cristão, baseado na imagem da mulher santa, pura e dedicada ao lar"[*9].

Para Sylvia Alexim Nunes, em O corpo do diabo entre a cruz e a caldeirinha, a problematização da condição feminina dentro da sociedade burguesa se dá por meio de contradições e controvérsias na reconstrução da imagem da mulher que, de ser diabólico e perigoso desde a Idade Média, passa agora a ter uma imagem "edulcorada, mais condizente com o ideal de esposa e mãe"[*10]. De acordo com Clementina Cunha, o saber alienista consolidou a representação da mulher como um ser determinado pelos seus ciclos biológicos, um ser estranho, imprevisível, dono de um corpo inquieto e inquietante da puberdade até a menopausa. O grande diferencial agora era a cientificidade que o revestia, o que segundo Clementina Cunha o tornava quase incontestável[*11].

Dentro desse contexto, nada mais natural que a preocupação com o aparecimento da menstruação, sinal de alerta para pais e médicos apertarem o cerco sobre a vida de suas meninas. A medicina chegou até a reservar um campo específico para tratar de um processo de tamanha importância: a emenologia, denominando-se de "molimen menstrual" a série de alterações físicas e psíquicas provocadas pela menstruação. As transformações podiam ser transitórias, até que a puberdade se completasse, ou permanentes, levando a mulher a sofrer de diversas formas de hebefrenias, as patologias associadas à menstruação. Vista como um momento crítico e de extrema fragilidade física e emocional para as meninas-moças, a puberdade levou muitos médicos a alertarem as famílias para que acentuassem ainda mais a vigilância sobre suas jovens, já que elas podiam sucumbir às más influências.

Em sua tese defendida em 1851, o médico baiano João Pinheiro Lemos enfoca a questão do celibato, "um estado de violência contra os impulsos e leis da natureza", e chega a afirmar que toda a natureza passa a operar, a partir da puberdade, para a futura e frutífera vida familiar da mulher, objetivo final de sua existência. Para que não se perca, a família, a Igreja e a medicina tinham por obrigação acompanhar atentamente essa menina, já que "todas as disposições orgânicas da mulher mudam com a puberdade, e o moral acompanha todas essas modificações". Ao longo do texto, o médico apresenta diversos argumentos a favor do casamento e da procriação, colocando a puberdade como elemento crucial para a futura saúde física e mental da mulher, desde que seus imperativos biológicos fossem devidamente observados[*12].

As desordens psíquicas causadas pela menstruação foram discutidas por João Ferreira de Araújo Pinho Jr. na tese que defendeu para obter o grau de doutor pela Faculdade de Medicina da Bahia em 1900. Definida como a "reguladora" do corpo da mulher, a menstruação também era considerada fator de fortes perturbações, levando a sofrimentos profundos. Segundo o autor, "a maioria das mulheres quando atravessam esse período, pela physionomia, trahem o estado de soffrimento que vae se passando em seu organismo" e que se manifestam pela melancolia, pela tristeza e pelo descontrole de seu comportamento, com perturbações morais e intelectuais. Se a mulher apresentasse fatores predisponentes, como a hereditariedade, aí então, diz ele, "a menstruação, por si só, pode ser intitulada a causa ou um dos principaes factores das perturbações psychicas que surgem na mulher, quando n'este estado". Tais perturbações iam da epilepsia às mais diferentes formas de monomanias que iam e vinham a reboque do fluxo menstrual.

O perigo era constante, agravado por qualquer anormalidade apresentada pelo fluxo menstrual. De acordo com o médico, "se a menstruação na sua evolução natural póde produzir desequilibrios mentaes, com a maioria de razão a sua irregularidade ou a sua suppressão por qualquer motivo torna-se a causa de profundas desordens". Retomando a associação entre sistema reprodutivo e equilíbrio mental da mulher, o médico baiano chega a afirmar que "as affecções útero-ovarianas constituem-se, na maioria das vezes, a causa productora de grandes desequilíbrios mentaes".[*13]

César Ribeiro Soares, que defendeu tese em medicina legal sobre as psicoses menstruais, em 1908, retoma alguns dos argumentos de seu colega João de Araújo Pinho. Seu primeiro capítulo é justamente sobre a simpatia entre o sistema nervoso e os órgãos reprodutivos femininos. Esse assunto "tão velho quanto o mundo", segundo ele, teria sido confirmado pelos autores modernos que afirmavam não haver simpatia mais forte do que essa, nem domínio maior sobre a vida intelectual que aquele exercido pelos órgãos genitais da mulher. Soares chega a dizer que "as lesões útero-ovarianas podem ser a causa única da alienação mental". Mesmo quando "bem regradas", ou seja, mesmo quando a menstruação não apresentava a menor irregularidade, as mulheres não deixavam de se mostrar "mais susceptíveis, mais arrebatadas", inaptas para o trabalho e perturbadas moral, intelectual e psiquicamente. Tais perturbações, segundo Soares, variavam "desde a simples mudança de caráter, às mais complicadas manifestações do delírio e da alienação mental" [*14].

Para outro catedrático, Hildebrando Baptista, o que acontecia na vida das meninas com a chegada da menstruação era uma revolução:

[...] ella não sente e não pensa mais como dantes, e seu espirito fluctua num estado de indecisão; e ás vezes se insinua num labyrintho de mysterios e phantasias em procura de um ideal sempre ambicionado, mas que nunca se realisa.

Revolução essa que trazia perigos, já que as mudanças trazidas com a puberdade e a chegada da menstruação raramente eram apenas físicas. Segundo o médico, era "excessivamente raro" que a menarca não fosse acompanhada de perturbações mentais, chegando a comparar a menstruação a um "estado mórbido"[*15].

De acordo com Magali Engel, a menstruação foi um dos pontos mais valorizados pelos psiquiatras nos diagnósticos de doença mental que consideravam a puberdade como um dos momentos mais propícios para o surgimento da loucura entre mulheres. Ainda segundo ela, a medicina do século XIX preservou a mesma desconfiança e temor com relação ao sangue menstrual, sendo a mística dos séculos anteriores, que lhe imputava características mágicas, sendo substituída por um discurso médico que o transformou em "fator determinante e indicador da doença mental"[*16].

As emoções desencadeadas pela gravidez, parto e puerpério também foram cuidadosamente escrutinadas pelos médicos baianos. Em 1919, Francisco Velloso observou que as mulheres "nervosas e fisicamente débeis" eram propensas a sofrer de psicoses puerperais. Como exemplo, o caso de Leopoldina Maria dos Reis. De temperamento nervoso, justamente aquele que predispunha as mulheres a sofrer de psicoses puerperais, foi durante a amamentação de um de seus filhos que desenvolvera ataques de fúria que assombravam a vizinhança no beco do Limoeiro, freguesia de São Pedro, centro de Salvador. Crioula, 40 anos, Leopoldina trabalhava como criada antes dos distúrbios se manifestarem, e agora vivia em completa miséria junto com a filha de 14 anos[*17].

O mesmo temperamento nervoso, "a cabeça fraca, teimosa, pouco ajuizada", levou a sra. X, uma moça casada de 30 anos, a sofrer de perturbações mentais após o nascimento de sua primeira filha. Seu quadro clínico incluía esquecimento intenso, desorientação espacial e crises de excitação nas quais tornava-se extremamente violenta. Os sintomas evoluíram até uma crise de catatonia na qual permanecera imóvel no leito, alheia a tudo e a todos, inclusive à própria filha recém-nascida. Trazida a Salvador, foi diagnosticada com "confusão mental de origem puerperal; esta conduziu a doente á demência catatônica, cujos symptomas se vão accentuando dia a dia".

Noutro caso apresentado por Velloso, o temperamento nervoso da paciente, uma jovem casada de 19 anos identificada como L. B. P., propiciara o surgimento da psicose puerperal. A primeira crise ocorrera oito dias depois do parto do terceiro filho quando L. despertara, alta noite, "dizendo estar com medo de phantasmas, que se occultaram atraz das portas; que o marido ausente estava para se casar; que ganhava muito dinheiro, gastando porém em libertinagem." Enquanto a sra. X ignorava a filha, o caso de L. era ainda mais grave: segundo Velloso, a doente apresentava impulsos de matar a criança[*18].

No final do ciclo de reprodução, a menopausa era descrita com tintas carregadas pelos médicos baianos. Cesar Ribeiro Soares a descreveu como uma época "perigosa a atravessar", tão perigosa, segundo ele, que faz por merecer o nome de "edade critica" por conta das perturbações mentais que acometiam as mulheres menopausadas, "desde a simples mudança de caracter às mais complicadas manifestações do delírio e da alienação mental", como o abandono de marido e filhos por mulheres antes tão zelosas da família[*19]. Em 1909. Hildebrando Baptista destacou na sua tese o terrível desespero que acometia as mulheres quando as transformações físicas da menopausa começavam a despontar, levando-as a perceber, entre outras mudanças, o "naufrágio de suas formas"[*20]. Para Araújo Pinho, é "bem merecida" a denominação de "critica" dada ao "outono da existência", período que escraviza a razão e estabelece um equilíbrio instável entre a sanidade e a loucura a tal ponto que "tornam perigosas para a sociedade, para a família e para si próprias, muitas mulheres"[*21].

Conclusão

Discurso de homens sobre corpos de mulheres, a ingerência médica em assuntos como menstruação, gravidez e parto revela a crescente influência da autoridade médica em campos que eram antes dominados pelas próprias mulheres[*22], ainda que esse discurso pretensamente novo ressignificasse muitas das representações sobre processos naturais. A partir deles, a reformulação de cuidados e interditos para a mulher embasou a legitimidade médica sobre mais esse aspecto da vida social, suplantando práticas e saberes de mulheres sobre seus próprios corpos.

Esse discurso médico identificou o gênero feminino com uma série de atributos tanto positivos quanto negativos, partindo-se da representação do mundo natural não apenas com o que é bom, mas também com o imprevisível e incontrolável. É uma leitura da mulher que, ao mesmo tempo em que a saúda como geradora de vida, e por isso poderosa e positiva, também a teme ao ver nela aspectos incontroláveis, desconhecidos e instáveis. Dessa maneira, a mulher acaba por ter uma imagem contraditória que inspira admiração, curiosidade, mas também extrema desconfiança. Daí a justificação para o interesse da medicina e da ciência pela mulher, e também todo o discurso de proteção e repressão para que os atributos "perigosas" e "instáveis" não suplantassem os aspectos saudáveis[*23].

Referências bibliográficas

AMARAL, Marivaldo Cruz do. Mulheres, imprensa e higienização: a medicalização do parto na Bahia (1910-1927). História, Ciências e Saúde - Manguinhos, Rio de Janeiro, v. 15, n. 4, p. 927-944, out.-dez. 2008.
ANTUNES, José Leopoldo Ferreira. Medicina, leis e moral: pensamento médico e comportamento no Brasil (1870-1930). São Paulo: Fundação Editora da Unesp, 1999.
BAPTISTA, Hildebrando José. A mulher e a medicina legal. Bahia: Officina dos Dois Mundos, 1909.
BARRETO, Renilda. Corpo de mulher: a trajetória do desconhecido na Bahia do século XIX. MARTINS, Ana Paula Vosne (Org.). História: Questões & Debates (Dossiê Gênero e História), Curitiba, ano 18, n. 34, p. 2-22, 2001.
BARRETO, Renilda. Nascer na Bahia do século XIX. Salvador (1832 - 1889). Dissertação (Mestrado em História Social)- UFBA, Salvador, 2000.
BIRMAN, Joel. A psiquiatria como discurso da moralidade. Rio de Janeiro: Graal, 1978.
CUNHA, Maria Clementina Pereira. Loucura, gênero feminino: as mulheres do Juquery na São Paulo do início do século XX. Revista Brasileira de História, São Paulo, v. 9, n. 18, ago.-set. 1989.
D'INCAO, Maria Ângela. Mulher e família burguesa. In: DEL PRIORE, Mary (Org.). História das mulheres no Brasil. São Paulo: Contexto, 2000. p. 223-240.
ENGEL, Magali. Psiquiatria e feminilidade. In: PRIORE, Mary Del (Org.). História das Mulheres no Brasil. São Paulo: Contexto, 2000.
FOUCAULT, Michel. História da sexualidade 1: a vontade de saber. Rio de Janeiro: Edições Graal, 2005.
GARCIA, Carla Cristina. Ovelhas na névoa: um estudo sobre as mulheres e a loucura. Rio de Janeiro: Record - Rosa dos Tempos, 1995.
GAY, Peter. O poderoso sexo frágil. In: ______. O cultivo do ódio. A experiência burguesa da rainha Vitória a Freud. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
GÉLIS, Jacques. La sage-femme ou lê médecin. Une nouvelle conception de la vie. Paris: Fayard, 1988.
JACOBINA, Ronaldo Ribeiro. A prática psiquiátrica na Bahia (1874-1974): estudo histórico do asilo de São João de Deus - Hospital Juliano Moreira. Rio de Janeiro: Escola Nacional de Saúde Pública - FIOCRUZ, 2001.
JORDANOVA, Ludmila. Feminine figures: nature display'd In: ______. Nature displayed. Gender, science and medicine - 1760-1820. Londres: Longman, 1999.
LEMOS, João Pinheiro de. Breves considerações acerca do celibato professado pelas mulheres. Bahia: Typografia do "Diário", 1851.
MARTINS, Ana Paula Vosne. A medicina da mulher: visões do corpo feminino na constituição da obstetrícia e da ginecologia no século XIX. Tese (Doutorado)- UNICAMP, Campinas, 2000.
NUNES, Sylvia Alexim. O corpo do diabo entre a cruz e a caldeirinha: um estudo sobre a mulher, o sadomasoquismo e a feminilidade. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2000.
PINHO JR., João Ferreira de Araújo. Desordens Psychicas da Menstruação. Bahia: Typographia Gutemberg, 1900.
RIBEIRO, Ernesto Carneiro. Perturbações psychicas no dominio da hysteria. Bahia: Imprensa Econômica, 1886.
RIOS, Venétia Braga. O Asylo de São João de Deus. As faces da loucura. Tese (Doutorado)- Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2006.
VELLOSO, Francisco Leite. Ligeiro estudo sobre as psychoses menstruaes. Bahia: Imprensa Popular, 1909.
VERONA, Elisa Maria. Da feminilidade oitocentista. Dissertação (Mestrado)- UNESP, Franca, 2007.
______. O romance, a mulher e o histerismo no século XIX. Histórica - Revista Eletrônica do Arquivo Público do Estado de São Paulo, São Paulo, Ano 4, n. 32, ago. 2008. Disponível em: http://www.historica.arquivoestado.sp.gov.br/materias/anteriores/edicao32/materia06/. Acesso em: 29 mai. 2009.
VIEIRA, Elisabeth Meloni. A medicalização do corpo feminino. Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 2002.
Voltar
Passe o mouse sobre os textos em vermelho para visualizar suas notas de rodapé.
Topo
Licenciada em História e Mestre em História Social pela UFBA. Professora de História Antiga e Fundamentos histórico-filosóficos da Educação no curso de Licenciatura em História da FTC EAD. Contato: veranathalia@gmail.com
Sobre o asilo São João de Deus, ver JACOBINA, Ronaldo Ribeiro. A prática psiquiátrica na Bahia (1874-1974): estudo histórico do asilo de São João de Deus - Hospital Juliano Moreira. Rio de Janeiro: Escola Nacional de Saúde Pública - FIOCRUZ, 2001. e RIOS, Venétia Braga. O Asylo de São João de Deus. As faces da loucura. Tese (Doutorado)- Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2006.
BARRETO, Renilda. Corpo de mulher: a trajetória do desconhecido na Bahia do século XIX. MARTINS, Ana Paula Vosne (Org.). História: Questões & Debates (Dossiê Gênero e História), Curitiba, ano 18, n. 34, p. 2-22, 2001.
VIEIRA, Elisabeth Meloni. A medicalização do corpo feminino. Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 2002.
MARTINS, Ana Paula Vosne. A medicina da mulher: visões do corpo feminino na constituição da obstetrícia e da ginecologia no século XIX. Tese (Doutorado)- UNICAMP, Campinas, 2000.
GARCIA, Carla Cristina. Ovelhas na névoa: um estudo sobre as mulheres e a loucura. Rio de Janeiro: Record - Rosa dos Tempos, 1995. p. 58.
VERONA, Elisa Maria. O romance, a mulher e o histerismo no século XIX. Histórica - Revista Eletrônica do Arquivo Público do Estado de São Paulo, São Paulo, Ano 4, n. 32, ago. 2008. Disponível em: http://www.historica.arquivoestado.sp.gov.br/materias/anteriores/edicao32/materia06/. Acesso em: 29 mai. 2009.
FOUCAULT, Michel. História da sexualidade 1: a vontade de saber. Rio de Janeiro: Edições Graal, 2005. Sobre a medicalização da sociedade brasileira, ver ANTUNES, José Leopoldo Ferreira. Medicina, leis e moral: pensamento médico e comportamento no Brasil (1870-1930). São Paulo: Fundação Editora da Unesp, 1999.
BIRMAN, Joel. A psiquiatria como discurso da moralidade. Rio de Janeiro: Graal, 1978. Sobre essa nova mulher, ver também, entre outros, D'INCAO, Maria Ângela. Mulher e família burguesa. In: D'INCAO, Maria Ângela. Mulher e família burguesa. In: DEL PRIORE, Mary (Org.). História das mulheres no Brasil. São Paulo: Contexto, 2000. p. 223-240. e VERONA, Elisa Maria. Da feminilidade oitocentista. Dissertação (Mestrado)- UNESP, Franca, 2007.
AMARAL, Marivaldo Cruz do. Mulheres, imprensa e higienização: a medicalização do parto na Bahia (1910-1927). História, Ciências e Saúde - Manguinhos, Rio de Janeiro, v. 15, n. 4, p. 927-944, out.-dez. 2008. p. 933.
NUNES, Sylvia Alexim. O corpo do diabo entre a cruz e a caldeirinha: um estudo sobre a mulher, o sadomasoquismo e a feminilidade. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2000. p. 22.
CUNHA, Maria Clementina Pereira. Loucura, gênero feminino: as mulheres do Juquery na São Paulo do início do século XX. Revista Brasileira de História, São Paulo, v. 9, n. 18, ago.-set. 1989. p. 130.
LEMOS, João Pinheiro de. Breves considerações acerca do celibato professado pelas mulheres. Bahia: Typografia do "Diário", 1851. p. 8.
PINHO JR., João Ferreira de Araújo. Desordens Psychicas da Menstruação. Bahia: Typographia Gutemberg, 1900. p. 32.
SOARES, César Ribeiro. Estudo médico-legal das psychoses menstruaes. Bahia: Officinas do Diário da Bahia, 1908. p. 25-26.
BAPTISTA, Hildebrando José. A mulher e a medicina legal. Bahia: Officina dos Dois Mundos, 1909. p. 11.
ENGEL, Magali. Psiquiatria e feminilidade. In: PRIORE, Mary Del (Org.). História das Mulheres no Brasil. São Paulo: Contexto, 2000. p. 335.
Arquivo Público do Estado da Bahia, Seção Colonial e Provincial, maço nº 7148.
VELLOSO, Francisco Leite. Ligeiro estudo sobre as psychoses menstruaes. Bahia: Imprensa Popular, 1909. p. 32.
SOARES, César Ribeiro. Estudo médico-legal das psychoses menstruaes. Bahia: Officinas do Diário da Bahia, 1908. p. 20.
BAPTISTA, Hildebrando José. A mulher e a medicina legal. Bahia: Officina dos Dois Mundos, 1909. p. 60.
PINHO JR., João Ferreira de Araújo. Desordens Psychicas da Menstruação. Bahia: Typographia Gutemberg, 1900. p. 35.
Dentre os trabalhos sobre o crescente poder da medicina sobre corpos de mulheres citamos BARRETO, Renilda. Nascer na Bahia do século XIX. Salvador (1832 - 1889). Dissertação (Mestrado em História Social)- UFBA, Salvador, 2000.; MARTINS, Ana Paula Vosne. A medicina da mulher: visões do corpo feminino na constituição da obstetrícia e da ginecologia no século XIX. Tese (Doutorado)- UNICAMP, Campinas, 2000. e GÉLIS, Jacques. La sage-femme ou lê médecin. Une nouvelle conception de la vie. Paris: Fayard, 1988.
Para uma discussão sobre a associação entre mulher e natureza, ver, entre outros, ENGEL, Magali. Psiquiatria e feminilidade. In: PRIORE, Mary Del (Org.). História das Mulheres no Brasil. São Paulo: Contexto, 2000. e JORDANOVA, Ludmila. Feminine figures: nature display'd In: ______. Nature displayed. Gender, science and medicine - 1760-1820. Londres: Longman, 1999. p. 21-47.