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Artigo publicado na edição nº 49 de Agosto de 2011.

SOBRE O DIVINO MANTO DE MARIA:

Mulheres africanas na procissão da Boa Morte em São Cristóvão oitocentista


Ane Luíse Silva Mecenas [*1]

Adentrar o universo festivo incumbe, de antemão, vasculhar uma realidade permeada por códigos que podem permitir a leitura do entorno social em que tal realidade está inserida. A festa deve ser lida como sistema relacional, na qual as transformações e o silenciamento ao longo do tempo podem ocorrer devido às circunstâncias do âmbito externo, mas também, muitas vezes, podem ser decorrentes da esfera interna. A dinâmica dos sujeitos inseridos faz com que a festa se apresente como algo dinâmico, como fenômeno vivo. Partindo dessa acepção, não se pode entendê-la como modelo, mas sim como espaço de diálogo.

Assim, torna-se necessário investigar as diferentes facetas da festa. É preciso esmiuçar os seus múltiplos sentidos, como também observar o seu entorno, vislumbrar suas margens. Sabendo-se que forças endógenas e exógenas contribuem para a dinamização de uma festividade, torna-se necessário investigar os vestígios de sua trajetória, na tentativa de descortinar as diferentes transformações e o processo de sua constituição intrínseca. Neste caso, a festa de Nossa Senhora da Boa Morte pode ser estudada apenas por alguns fragmentos encontrados ao longo dessa pesquisa. Um deles é a observação atenta de Serafim Santiago, presente no Annuario Christovense. Em apenas quinze linhas o memorialista relata a existência dessa procissão no dia 14 e 15 de agosto, datas nas quais se comemoram a morte e a assunção da Virgem, respectivamente. O segundo fragmento foi a imagem de Nossa Senhora morta, que atualmente se encontra no Museu de Arte Sacra de São Cristóvão, em Sergipe, doada pelos carmelitas. Por fim, os registros de óbito de alguns indivíduos que solicitavam ser enterrados com as vestes de Nossa Senhora da Boa Morte.

Este trabalho tem como objeto de análise a procissão de Nossa Senhora da Boa Morte, realizada em São Cristóvão no século XIX. Uma tentativa de reconstruir ou repensar, através de um dia festivo, um segmento da sociedade sancristovense que utilizava o dia 14 de agosto para expor sua fé e ressignificar suas crenças. No dia dedicado a dormição de Nossa Senhora, um grupo de negras, vindas da Bahia, reunia-se para celebrar a morte. Convém ressaltar que este estudo não apresenta um ponto final, nem conclusões fechadas, apenas possibilidades de análise.

A devoção à Nossa Senhora da Boa Morte foi iniciada pelas negras alforriadas, como forma de pedir proteção à Nossa Senhora e que na hora de sua morte as negras pudessem retornar à sua terra natal. Segundo José de Souza Martins, “podemos dizer que existe nos cultos afro-brasileiros duas concepções de morte. A boa-morte que é legítima e compreensível e a má morte, que é ilegítima e inteligível”.[*2] Embora as escravas tenham adotado um culto católico, isso não significou separação dos ritos da sua religião tradicional.

Por isso se faz necessário uma reinterpretação dos relatos dos memorialistas, dos documentos oficiais do clero, das imagens de santos, dos termos de compromisso das irmandades. E, principalmente, buscar no elemento de integração social desse período as festas para compreender as participações de cada segmento, e identificar suas visões de mundo.

A festa deve ser entendida como fruto de uma sociedade humana e produto de seus sonhos, angústias e fantasias. Um momento de liberdade e formação de uma identidade coletiva que, muitas vezes, foi formada no início da colônia, mas que permanece na memória de um determinado grupo e ainda é realizada seguindo os antigos moldes. Também pode ocorrer o desaparecimento do rito, ou esse não ter o mesmo significado naquele grupo social. Até porque como defende Bastide “o sincretismo é fluido e móvel, não é rígido e nem cristalizado”.[*3]

O presente estudo é um primeiro passo para a interpretação dos elementos teatrais da procissão de Nossa Senhora da Boa Morte e a análise da referida festa como forma de representação de um segmento social da sociedade sancristovense do século XIX. Além disso, propomos apreender os elementos simbólicos da procissão, a partir do depoimento de Serafim Santiago, buscando refletir a festividade da Boa Morte inserida no leque devocional do Carmo.

Nos últimos anos, a historiografia sergipana vem passando por um processo de renovação com a inserção de novas temáticas, como festas, penitências, devoções e procissões. Entretanto, apesar do considerável número de trabalhos enfocando tais temáticas, permanece uma lacuna: a procissão de negras africanas, pertencentes à Igreja de elite.

Partindo dessa contestação, temos o intuito de contribuir com a pesquisa sobre a procissão à Nossa Senhora da Boa Morte, realizada pelas negras do Carmo, em São Cristóvão. Além disso, buscamos refletir sobre uma procissão que não sobreviveu dentre as tradições religiosas da velha capital. Diferentemente de outras cidades, como em Cachoeira na Bahia, onde o cortejo religioso permanece com relevante solenidade, em São Cristóvão ela foi esquecida ou apagada da memória dessa comunidade. Prova disso é o silêncio quase que absoluto (não fosse os sussurros de Serafim Santiago) sobre a referida procissão.

Conforme já foi exposto, a memória referente à Nossa Senhora da Boa Morte é fragmentada. Foram localizados apenas três indícios da existência da referida procissão. Trata-se do depoimento de Serafim Santiago, no “Annuario Christovense: Costumes religiosos e sociais da antiga capital de Sergipe”; do nicho em que ficava a imagem na Igreja do Carmo, imagem devocional no Museu de Arte Sacra e dos registros de óbito. Mesmo aparentemente restritos, tais documentos podem nos fornecer informações reveladoras acerca dos múltiplos aspectos do evento.

De acordo com Serafim Santiago, antes de relatar a festa de Nossa Senhora do Amparo, havia a necessidade de apresentar uma outra que ocorria na véspera, dia 14 de agosto. Uma procissão que era realizada “a longos annos, pelas pretas africanas ali residentes”. Nesse momento o memorialista indica que o segmento social que participava da celebração não era a elite que comumente frequentava o Carmo, mas não indica a periodização à única referência apontada, que é o último sermão do vigário Barrozo realizado no dia 15 de agosto de 1882.

Convém ressaltar que o culto à Nossa Senhora da Boa Morte já ocorre em Salvador desde o século XVII. Por volta de 1820, a Irmandade da Boa Morte chega em Cachoeira na Bahia,com uma confraria formada unicamente por mulheres negras.[*4] Já as irmandades mineiras[*5] de Nossa Senhora da Boa Morte começaram a ser instituídas no primeiro quartel do século XVIII (entre os anos de 1721 e 1822), e foram compostas por mestiços de ambos os sexos.[*6] Em São Cristóvão ainda não foram encontrados registros referentes à existência de uma Irmandade, mas, assim como em Cachoeira, o culto a Boa Morte também é realizado por mulheres negras nessa cidade.

A celebração da festa era o momento da apoteose barroca. Criava-se um roteiro prévio, visto como enredo para o drama da dormição de Maria, que seria encenado pelas ruas tortuosas de São Cristóvão. A trama mágica na qual se dava todo esse processo visava prender a atenção do devoto/expectador. O real e o fictício se misturavam. A santa no andor desfilava encerrada pelos pecadores que buscavam a salvação. O andor, a imagem, a decoração e os santos demonstravam a teatralização da cena bíblica da morte de Maria. Era um verdadeiro desfile da corte celestial pela cidade.

Em um tempo distante, na noite de 14 de agosto, um grupo de negras saía da Igreja do Carmo pelas ruas da antiga capital de Sergipe, relembrando a dormição da Virgem. No intervalo entre os cânticos, o silêncio toma conta dos participantes da celebração. Um momento de louvor, tristeza e alegria... A virgem encontra-se encerrada em um túmulo, seu vestido é decorado por ornamentos brancos; folhas e velas compõem o cenário. Todos os que acompanham o cortejo recebem das organizadoras da festa anéis de louça vindos da Bahia. No dia seguinte, Nossa Senhora sai às ruas em uma charola, é a data da sua assunção, momento em que a virgem levanta-se do túmulo e ascende ao céu em uma nuvem, guiada por todo corpo celeste de anjos, arcanjos e querubins. Nesse momento encerra-se a celebração, mas é a hora de se preparar para a festa do próximo ano.

Como já foi exposto, a procissão de Nossa Senhora da Boa Morte de Sergipe possui poucos indícios. Provavelmente se tratava de festa menor dentro do vasto calendário festivo católico da velha capital dos sergipanos. Os registros documentais não deixam explícita a movimentação da comunidade nos preparativos da solenidade. Mas por que Serafim Santiago não foi detalhista ao tratar da festa da Boa Morte, assim como fez em relação a outras solenidades religiosas de sua terra natal? Foi em decorrência da irrelevância apelativa do número de fiéis participando do evento, ou porque ele era um homem do seu tempo e quis sufocar a memória de uma festa de mulheres negras? É difícil estabelecer alguma conclusão diante da restrição dos registros históricos. É difícil afirmar que a sociedade sergipana do século XIX resistisse ao culto à boa morte, pois o estudo da morte era uma das principais preocupações da sociedade dessa época, como ensejam estudos mais recentes sobre as irmandades.[*7] A morte não era preocupação exclusiva das mulheres negras, mas o culto e a devoção, ao que indicam os estudos de outras províncias, estavam atrelados às escravas.

É importante lembrarmos que Serafim Santiago tentou registrar a memória festiva de sua terra natal, ou seja, tentou engrandecer as tradições de sua cidade. Esse ponto é de fundamental importância para evidenciar que o memorialista não minimizou a procissão por menosprezar o segmento social que a realizava, mas sim porque realmente não era um evento religioso de grande mobilização de fiéis, como ocorria na solenidade do Senhor dos Passos, procissões das Cinzas e fogaréu, e até mesmo na festa do Rosário.

Outro motivo que demonstra que o autor do Annuario Cristovense não menosprezou a procissão é a sua relação com a igreja do Carmo, local de onde saía a procissão da Boa Morte e onde provavelmente estava instalada a possível irmandade de negras. Serafim Santiago era um homem influente na sociedade sancristovense e possuía familiares que faziam parte da Ordem Terceira do Carmo. Seus cunhados eram músicos que tocavam os motetos na procissão dos Passos, principal solenidade religiosa da cidade e que era organizada pela Ordem Terceira dos carmelitas. Prova desse capital social do memorialista é que ele conseguiu ser testemunha ocular da arrumação da charola do Senhor dos Passos, algo que era destinado à pouquíssimas pessoas, como ele mesmo afirma. Desse modo, Serafim Santiago tinha motivos suficientes para tentar manifestar a grandiosidade e pompa das celebrações existentes na Igreja do Carmo.

A igreja conventual era a maior da cidade de São Cristóvão e abrigava inúmeras irmandades, entre elas a do Glorioso Santo Antônio. Eram seis nichos laterais e o altar-mor, demonstrando a diversidade devocional existente entre os sergipanos do século XIX. Uma das imagens presentes na igreja era a de Nossa Senhora da Boa Morte. Ela estava depositada no primeiro nicho da lateral direita, com formato de um túmulo com pintura de flores azuis remetendo ao manto da Virgem. Era a representação de Nossa Senhora deitada, adormecida e com a tez pálida representando uma morte suave e sem dor. O manto era confeccionado com richelieu e possuía uma coroa prateada. Atualmente, faz parte do acervo do Museu de Arte Sacra de São Cristóvão.

Outro ponto a ser observado é o da procedência das mulheres que realizavam a procissão. Provavelmente ela era organizada por escravas da igreja do Carmo, mesmo não havendo nenhum registro que confirme tal hipótese. As memórias produzidas por Serafim Santiago deixam alguns sinais para confirmação dessa possibilidade. Mas esses mesmos registros revelam mais. O autor afirma que na ocasião da realização da procissão de Nossa Senhora da Boa Morte, no dia 14 de setembro, essas mulheres negras encomendavam anéis da irmandade homônima da Bahia. Mas por que essas encomendas foram feitas na Bahia e com as mulheres que faziam parte da irmandade da Boa Morte? Seriam esses anéis um símbolo de ligação entre esses dois grupos? Seria a reafirmação identitária de um grupo que foi separado outrora? São apenas possibilidades.

É muito provável que as mulheres negras organizadoras da procissão da Boa Morte em São Cristóvão fossem realmente, num tempo ermo, integrantes da irmandade baiana. Ao serem trazidas para Sergipe, a realização da procissão se tornou o único elo que as remetia a seu passado, ao grupo étnico ao qual estavam ligadas. Nesse sentido, a procissão era uma manifestação étnica e talvez por isso não atingisse amplamente a população da cidade. Os anéis representavam muito mais do que a estética barroca, pois eram uma forma de integrar simbolicamente dois mundos separados; de reunir no mesmo dia, em cidades diferentes, mulheres de um mesmo segmento social na mesma devoção, com procissões celebrando a Boa Morte. No entardecer do dia 14 de setembro, pelas ruas de São Cristóvão e de Salvador, saíam as procissões com mulheres negras. Por alguns instantes, no imaginário desse grupo, ocorria a reinserção entre elas, com seus anéis reafirmando a aliança de auxílio mútuo. A irmandade não tinha desfalecido, mas apenas se espalhado pelo país, maculado pela escravidão.

A estética barroca se espalhava pelas ruas da cidade. São Cristóvão se tornava um campo santo que assistia ao desfile cabisbaixo das mulheres de luto transportando a charola simples com a Virgem da Dormição. O sino do Carmo anunciava o cortejo pelas ruas da cidade. Era apenas mais um cortejo, com poucos seguidores, mas que expressava uma pompa significante. Materiais oriundos da Bahia, como os famigerados anéis, uniam-se às flores e tecidos que criavam o cenário fúnebre. O ritmo era de melancolia, pois a procissão relembrava as dores, dores múltiplas de tempos distintos. Eram as dores pela dormição da Virgem, o que significava que naquela noite a sociedade católica adormecia órfã. Mas aquelas mulheres também celebravam a dor da distância de sua terra natal e do seu grupo social. Caminhar pelas ruas apertadas de São Cristóvão era a forma encontrada para amenizar tantas dores, e de se reaproximar do seu passado.

Com o tempo essas mulheres silenciaram. O sino do Carmo deixou de tocar na véspera da assunção de Nossa Senhora. O sermão do vigário Barroso deixou de ecoar na igreja. O estalar dos pés descalços das escravas silenciou nas ruas estreitas. A tradição adormeceu. Sem fogos, sem pompa, sem olhares cabisbaixos. As mulheres africanas foram sufocadas em seu cortejo mariano. Os motivos: não se sabe. Até o nicho no qual a imagem permanecia ao longo do ano foi esvaziado. A tradição foi arrancada de sua igreja. Ao que tudo indica, um dos anseios das mulheres que realizavam a devota procissão foi atendido. As escravas silenciaram sem alardes. Adormeceram e levaram consigo sua tradição, que ao longo do século XIX foi ignorada por grande parte das autoridades e até mesmo pela intelectualidade sergipana. As mulheres negras, que carregavam em seus ombros o esquife de Nossa Senhora da Boa Morte, aparentemente também tiveram uma morte sem pompas. Restou-lhes apenas o último pedido. No último alento, as negras deixam seu sussurro, seu desejo. No leito de morte algumas dessas mulheres deixaram suas falas registradas, solicitando serem deixadas em seu leito eterno com a túnica idêntica ao da Virgem da Boa Morte. Era a indumentária para a viagem derradeira das mulheres africanas, que mesmo silenciadas deixaram seus rastros nas ruas da Sergipe provincial. O espetáculo da Boa Morte em Sergipe chegava ao seu último capítulo.

Fontes consultadas


Manuscritos

SANTIAGO, Serafim Annuario Christovense: Costumes religiosos e sociais da antiga capital de Sergipe.

Iconográfica

Imagem da Virgem da Boa Morte - Museu de Arte Sacra de São Cristóvão.

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< DIV name="note00" id="note00" class="windowsNote">Graduada em História pela Universidade Federal de Sergipe e mestranda em História e Cultura Histórica pela Universidade Federal da Paraíba. < DIV name="note01" id="note01" class="windowsNote">MARTINS, José de Souza. A morte e os mortos na sociedade brasileira. São Paulo: Editora Hucitec, 1983, p. 197.
BASTIDE, Roger. As religiões africanas no Brasil: contribuição a uma sociologia das interpretações de civilizações. São Paulo: Pioneira, 1989. p. 370.
COSTA, Sebastião Heber Vieira. A festa da Irmandade da Boa Morte e o ícone ortodoxo da dominação de Maria. 2. ed. Salvador: ZUK Comunicação, 2005.
Entre os anos de 1721 e 1822, elas foram erigidas em nove localidades, a saber: Vila Rica (Ouro Preto), Arraial de Nossa Senhora de Nazaré da Cachoeira ou Arraial da Cachoeira (Cachoeira do Campo), Vila de São João Del Rei (São João Del Rei), Arraial de Guarapiranga (Piranga), Arraial da Borda do Campo (Barbacena), Arraial de Aiuruoca (Aiuruoca), Vila de Baependi (Baependi), Vila da Campanha da Princesa (Campanha) e Arraial de Catas Altas do Mato Dentro (Catas Altas). Cf.: BOSCHI, Caio César. Os Leigos e o Poder: irmandades leigas e política colonizadora em Minas Gerais. São Paulo: Editora Ática, 1986. p.189-192.
BOSCHI, Caio César. Os Leigos e o Poder: irmandades leigas e política colonizadora em Minas Gerais. São Paulo: Editora Ática, 1986.
Na historiografia sergipana dos dois últimos decênios emergiu a temática das irmandades e da morte. São estudos que evidenciam a morte como uma das principais preocupações do sergipano ao longo do século XIX, corroborando os resultados obtidos por João José Reis sobre a morte na Bahia oitocentista (REIS, 2009).