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Artigo publicado na edição nº 50 de Outubro de 2011.

A RELIGIÃO E A URBANIZAÇÃO BRASILEIRA NA VIDA DA MOÇA DE SOBRADO:

Breves considerações sobre a obra Sobrados e Mucambos


Camila Guidini Camargo[*1]
Aires Zitkoski[*2]

Considerações iniciais

Em meados do século XVIII e no decorrer do século XIX ocorreu o desenvolvimento dos principais centros urbanos brasileiros, dando início à decadência do patriarcado rural, o qual passa a ser substituído por uma nova burguesia. Isso ocorre em um primeiro momento, com a transferência da corte portuguesa para o Brasil, o que atribuiu à colônia o status de sede da metrópole, desenvolvendo e moldando a partir desse período uma nova organização estrutural no país, para fins de comportar a realeza D. João VI e sua corte.

Assim, inicia-se de forma efetiva o progresso “das cidades e das indústrias ou atividades urbanas” [*3] . Em contrapartida, o sistema rural acumula nesse período várias dívidas devido aos financiamentos e financiadores agiotas das lavouras, que enriqueceram à custa dos senhores de engenhos. Todavia, algumas dívidas foram perdoadas em troca de casamentos arranjados “entre a moça burguesa e o filho de senhor de engenho, ou então entre o filho do mercador, ou o próprio mercador, e a sinhazinha fina da casa-grande”[*4] .

A partir desse período, priorizou-se o desenvolvimento das cidades, o avanço do comércio e o enriquecimento dos comerciantes e burgueses por meio de benefícios monetários, com o estabelecimento deles nos espaços dos setores políticos e econômicos, ao contrário dos agricultores, que a partir do século XIX foram alvos de pesados impostos e juros que se tornaram obstáculos para o patriarcado rural.

Contribuiu também para a queda da hegemonia dos engenhos o descaso, de muitos filhos formados médicos e bacharéis, pela vida na fazenda, pois não tinham interesse por um sistema ainda feudal de produção agrícola – neste caso, o açúcar –, atrasado e pouco atraente para a geração que se formava. Por esse motivo, eles deixavam a casa-grande, construindo suas vidas nas cidades, as quais os alegravam e seduziam para um mundo de novas oportunidades. Dessa forma, os filhos diplomados e estudados do campo avolumaram a população urbana.

[...] as próprias gerações mais novas de filhos de senhores de engenho, os rapazes educados na Europa, na Bahia, em São Paulo, em Olinda, no Rio de Janeiro, foram-se tornando [...] afrancesados, urbanizados e policiados. [...] bacharéis e médicos raramente voltavam às fazendas e engenhos patriarcais depois de formados. Com o seu talento e sua ciência foram enriquecendo a Corte [...]. As cidades tomaram das fazendas e dos engenhos esses filhos mais ilustres [...].[*5]

Outro fator importante a ser considerado é o descobrimento e o trabalho nas minas, que contribuiu para acelerar o crescimento das cidades e a riqueza da aristocracia brasileira, sendo esse trabalho, ao contrário da fase do açúcar, uma atividade urbana. Neste período, em Minas Gerais, surgiram os primeiros “magnatas do ouro e animadores de cidades que tiveram um caráter especialíssimo em nossa formação. [...] Autocratas de sobrados, ou de casas nobres, levantadas dentro das cidades e envolvendo as casas menores nas suas sombras”[*6].

Nesse sentido, a aristocracia urbana brasileira do século XIX adaptou-se a um novo estilo de vida, em vários aspectos diferenciados do Brasil colonial, evidenciado por meio do vestuário, da gastronomia, da cultura e da educação, distinções representadas nas escolhas do ethos [*7], da produção e customização de gostos, de hábitos e costumes que foram sendo cada vez mais ocidentalizados.

Assim, produziu-se um novo sistema de relações psicossociais e culturais, intensificado com a influência externa[*8] do continente europeu, o qual traz “uma série de atitudes e de padrões de vida que, espontaneamente, não teriam sido adotados pelos brasileiros”[*9] e que alteraram significativamente a sociedade, produzindo uma nova mentalidade burguesa, com conceitos diferenciados que interferiram e modificaram o cotidiano familiar, bem como as atividades das moças e mulheres de sobrado.

O sobrado e a moça de elite: alguns aspectos relevantes

O sobrado, por muito tempo, manteve um conflito diário com a rua, pois “a maior luta foi travada em torno da mulher por quem a rua ansiava, mas a quem o pater familias procurou conservar o mais possível trancada na camarinha [*10]e entre as molecas, como nos engenhos [...]” [*11].

Na concepção religiosa e familiar da época, a função do sobrado era a de proteger e guardar as mulheres, temendo que as jovens donzelas ficassem faladas diante da sociedade e recebessem más influências, como observa Gilberto Freyre: “iaiá que saísse sozinha de casa, rua afora, ficava suspeita de mulher pública. [...] O lugar de iaiá a camarinha; quando muito a janela, a varanda, o palanque”[*12].

Todavia, aos poucos o sobrado – sempre contra a sua vontade – foi cedendo ao contato da mulher e da moça com a rua, como descreve Freyre:

A varanda e o caramanchão marcaram uma das vitórias da mulher sobre o ciúme sexual do homem e uma das transigências do sistema patriarcal com a cidade antipatriarcal. [...] Quando as urupemas foram arrancadas à força dos sobrados do Rio de Janeiro, já no tempo de D. João, e dos sobradões do Recife e das cidades mais opulentas da colônia já quase independente de Portugal, pode-se dizer que se iniciou nova fase nas relações entre os sexos.[*13]

O sobrado foi por muito tempo, para as filhas da aristocracia, uma espécie de exílio. No entanto, com as novas tendências burguesas, o gênero feminino passa a ter gradual e timidamente maior presença na sociedade, a partir do segundo reinado e com o advento dos novos estilos de vida instalados nos trópicos.

A Igreja: atribuição às mentalidades femininas na sociedade patriarcal

Pôr em voga a Instituição de maior preponderância durante muitos séculos no Brasil e na América Latina é como entrar em um labirinto de difícil saída, devido a alguns obstáculos culturais, sociais, psicológicos, históricos, paradigmáticos e ideológicos.

Com sua doutrina de base ocidental, a Igreja ditou e defendeu bravamente os valores da sagrada família, da busca pela salvação eterna, a fim de que os indivíduos não caíssem em tentação, livrando-se dos males que rondam a humanidade, sendo a “casa sagrada” o elixir para a purificação.

Com um enorme ufanismo ao Deus maior e supremo, a religião desenvolveu mecanismos de fé e pecados, para que homens e mulheres seguissem os ensinamentos e a vontade suprema. Não obstante, fez da mulher um ser ocioso, quase inanimado em relação às práticas sociais, comuns no sistema em questão.

Todavia, o confessionário teve um dos papéis de maior destaque na vida do gênero feminino, principalmente na das mulheres de engenho, não deixando de considerar, é claro, que esse instrumento foi muito utilizado no Brasil já aburguesado, porém com menor fervor, mas que ainda assim influenciava as mentalidades femininas, libertando-as da ditadura intransigente das figuras mais temidas: o pai e o marido.

Mesmo assim, a Igreja, aliada à estrutura patriarcal, colaborou para a mulher se tornar mais reprimida, desenvolvendo e nutrindo sentimentos de culpa, tendo dentro das Igrejas a postura de esconder-se com as “capotas, os xales, as mantilhas, tapando a metade do rosto”[*14] , talvez pela moda, mas muito mais pela cultura que se formou nesse período de inferioridade, de exclusão social, de pecado.

Devido à constante opressão da mulher no período patriarcal, era por meio da confissão que moças e senhoras desabafavam todo o peso mental, angústias e medos. Desejos reprimidos, convertidos em pecados, acabavam por atormentar muitas mulheres devido às doutrinas morais e aos valores sociais, que as sufocavam e as faziam, inconscientemente, excluir suas ideias, seus sentimentos, sua forma natural de ser, introduzindo em suas mentes as representações da época.

Sobre essa ótica, verifica Gilberto Freyre que “pode-se atribuir ao confessionário, nas sociedades patriarcais em que se verifique extrema reclusão ou opressão da mulher, função utilíssima de higiene, ou melhor, de saneamento mental.”[*15] Assim, o confessionário foi a solução para o desequilíbrio psicológico ao qual as mulheres estavam vulneráveis, em razão do sistema de opressão vigente.

Ao contrário de Gilberto Freyre, que, de maneira geral, relaciona com palavras brandas de complacência o gênero feminino e a Igreja, observando que a Instituição, por meio do confessionário e da religião, trouxe um alívio para toda a tirania machista que pairou no período patriarcal brasileiro, Padre Lopes da Gama, sob um viés clerical, escreve em um de seus vários artigos reunidos e organizados por Evaldo Cabral de Mello, na obra O Carapuceiro, o seguinte trecho:

Que custa, por exemplo, rezar em umas contas? Muitas mulheres trazem-nas cosidas consigo, de forma que despachando contas saem a fazer visitas; despachando padre-nossos e ave-marias, dão à tramela horas esquecidas com as amigas e camaradas, despachando contas murmuram do próximo, desenterram mortos, sepultam vivos; despachando contas descompõem bem descomposta uma vizinha [...]. [*16]

Entretanto, o que haveriam de fazer ou de falar essas enfadonhas mulheres, quando em contato com outras, que não fosse de casa, dos filhos, dos maridos e da vida alheia? Qual era a distração ou os reais afazeres dessas senhoras e senhoritas, em especial as aristocráticas?

O sistema patriarcal e a Igreja foram os principais responsáveis pela superficialidade da mulher, fazendo-a um sujeito mórbido, obsoleto, em meio ao seu protetor, o sexo forte, a voz da razão e da dominação social patriarcal.

A ocidentalização da moça de sobrado: um novo estereótipo feminino

Com a urbanização do país e as novas tendências absorvidas, importaram-se, também do ocidente, códigos de etiquetas e de boas maneiras do mundo civilizado. As moças de sobrado adquirem novos estilos, tendo um maior apego aos prazeres da vida, ao materialismo – em especial o que fosse importado da Inglaterra e da França –, desenvolvendo nessa época atividades antes desconhecidas das práticas cotidianas, como o francês, a música, a dança etc.

Os romances foram as leituras mais assíduas entre as jovens burguesas, o que aos olhos da Igreja, dos pais e da sociedade mais conservadora era percebido como um perigo para as cabecinhas das inocentes mulheres. Nesse período surgiram escritores como José de Alencar, autor que não era visto com bons olhos, e tinha suas obras conceituadas como “más leituras” [*17]para as jovens.

[...] nos princípios do século XIX, estivesse sendo substituída nos sobrados e até em algumas casas-grandes de engenho, por um tipo de mulher menos servil e mais mundano; acordando tarde por ter ido ao teatro ou algum baile; lendo romance; [...] outras tantas horas no piano, estudando a lição de música; e ainda outras, na lição de francês ou na de dança. Muito menos devoção religiosa do que antigamente. Menos confessionário. Menos conversa com as mucamas. Menos história da carochinha contada pela negra velha. E mais romance. O médico de família mais poderoso que o confessor. O teatro seduzindo a mulher elegante mais que a Igreja. O próprio “baile mascarado” atraindo senhoras de sobrado.[*18]

Nesse cenário surge um perfil de mulher mais esclarecida, com aulas de música, com leituras, em especial os romances, aprendendo a tocar algum instrumento como o piano, tendo aulas de canto e de idioma francês, ocorrendo dessa forma a aristocratização e ocidentalização da vida da elite brasileira.

Então, iniciam-se as modas dos vestidos armados, dos cabelos ornamentados com pentes exuberantes, dos cabelos longos[*19], das teteias e joias exageradamente distribuídas nos dedos, orelhas, pescoço e braços, das ancas largas e das cinturas finas. Modas aos padrões de Paris, panos, tecidos, roupas pesadas, cartolas, sobrecasacas, tudo de mais pesado e quente, caracterizavam um estilo inverso a um país tropical.

Mais do que o homem, as influências das novas modas atingiram as nossas mulheres e as delicadas moças de sobrado. Elas foram as maiores vítimas: modas aos moldes das mulheres europeias – mulheres enxutas e angulosas – e as condições climáticas diferentes do clima dos trópicos.

Prova disso é a deformação que se fez no corpo da mulher brasileira, como nos pés, pela ideia de que estes deveriam ser formosos e pequenos, utilizando-se para isso sapatos menores que o seu tamanho, e nas cinturas, que deveriam ser bem definidas e marcadas, sendo o espartilho o acessório principal para que muitas jovens sofressem de doenças respiratórias, devido à pressão que exercia sobre o debilitado corpo das frágeis moças.

Foram cobranças introduzidas pelo sistema que exigiam mulheres de pés pequenos e de cintura fina, bem como mocinhas magrelas e sensíveis, não apenas para serem o oposto do homem, mas também das negras e das mulatas brasileiras, distinguindo-se ao máximo a superioridade da mulher branca sobre a mulher de cor.

A mulher, anteriormente trancafiada em casa, dependendo das visitas dos mascates para fazerem a festa com “os baús de flandres cor-de-rosa e as caixas de papelão”[*20], ou das lojas para enviarem aos sobrados vestidos prontos, tecidos, acessórios, perfumes, para que elas pudessem escolher dentro de casa, longe da rua, se faz nesse período, com a urbanização, um pouco mais social, tendo contato com a rua, ainda que pouco e sob ressalva do pai ou do marido ciumento.

No entanto, o Mestre dos Apipucos adverte:

[...] a maior europeização de trajo nem sempre significou, entre nós, a libertação da mulher do excessivo domínio do homem. Nem a libertação do próprio homem, dos preconceitos e tradições que criara, para ele, uma segregação intelectual profunda da Europa burguesa industrial, nórdica. O hábito nem sempre faz o monge.[*21]

Nessa perspectiva, moldavam-se novas representações da mulher brasileira iniciando uma nova fase do gênero na sociedade, com a desconstrução de um determinado estereótipo do sexo feminino, como mulheres sempre trancafiadas em casa, escondidas de estranhos e da rua, alheias à sociedade e ao mundo além-muros dos sobrados.

As mulheres, bem como a moça de sobrado, passam a participar da sociedade, de alguns bailes, do teatro e dos carnavais de salão. O que um século antes poderia parecer uma afronta aos valores das famílias patriarcais, passa a ser um protocolo de elite, com a aparição das mulheres sempre bem trajadas com as últimas tendências europeias, fazendo as cortes nos ambientes da casa e em eventos públicos.

Também correspondiam as novas modas ocidentais que chegaram ao Brasil no começo do século XIX a outro gênero de vida de mulher: o de mulheres que andavam a pé nas ruas, que iam às lojas e aos armazéns fazer compras, que acompanhavam os maridos ao teatro, aos concertos, aos jantares, às corridas de cavalo, aos jogos da bola. Que andavam de cavalo quase à maneira dos homens.[*22]

Porém o processo de modernização e inserção de novas modas não substituiu por completo os costumes e hábitos existentes no país, uma vez que “o estrangeirismo era sempre visto em nossa sociedade colonial, e mesmo durante longo período do império, como um possível Don Juan”, mas na medida em que foi se intensificando a ocidentalização, modificou consideravelmente as mentalidades do povo, desenvolvendo e atribuindo aos seres humanos novos interesses, costumes e influências. Le Goff [*23]afirma que “a tomada de consciência da modernidade exprime-se, muitas vezes, pela afirmação da razão – ou da racionalidade – contra a autoridade ou a tradição”, exprimindo a ideia de que para que ocorra a aceitação de novas modas é natural e/ou necessário que ocorra a negação de alguns costumes, que em decorrência da modernidade são conceituados como retrógrados.

Nesse sentido a europeização, ou, como Freyre cita em algumas passagens do seu livro, a “reeuropeização”, devido à influência portuguesa no Brasil, ocorreu de maneira revolucionária, alterando um país ainda de face colonial, pacata e enfadada para uma extensão de Paris com todas as suas modas, arquiteturas diferenciadas e etiquetas europeias.

O país insere-se em um novo contexto, deixando alguns aspectos fraternais e de origem luso, africana ou moura, que na maioria das vezes se encaixaram positivamente no país, por uma cultura mais artificial, que por meio das modas deixou-se moldar superficialmente por diversos comportamentos, etiquetas, doutrinas, vestimentas, artificializando a sociedade e, em contrapartida, iniciando uma nova fase do Brasil: a da urbanização e do desenvolvimento.

Considerações finais

Buscou-se com esse artigo tecer um breve panorama das mudanças que ocorreram no Brasil no final do século XVIII e início do século XIX, a partir da leitura da obra Sobrados e Mucambos, analisando como o gênero feminino, oprimido pelo sistema patriarcal e religioso, processa novos hábitos, modas e gostos ocidentais no cotidiano da elite brasileira.

Desenvolveu-se nesse período de urbanização outro perfil de mulher – diferente do perfil do Brasil rural e escravocrático –, sobre forte influência europeia, fazendo com que aos poucos fossem esquecidos alguns costumes lusos e mouros, que inicialmente interferiram e contribuíram para a formação do habitus dos brasileiros.

Por meio dessa análise teórica pôde-se perceber a importância e a atenção que Gilberto Freyre teve em descrever a mulher brasileira, abordando as novas modas ocidentais aderidas pela aristocracia que criaram um novo estereótipo de mulher, mais instruída e liberta da ditadura do pai, do marido e da Igreja.

Referências bibliográficas

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Graduada em História pela Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI) – Campus de Frederico Westphalen. Pós-graduanda do Curso de Aperfeiçoamento em Docência no Ensino Superior pela mesma universidade. E-mail: milinhaguidini@hotmail.com.
Especialista em História do Brasil e a Perspectiva Regional pela Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI) – Campus de Frederico Westphalen. Professor da Escola Estadual Técnica José Cañellas e professor titular da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI) – Campus de Frederico Westphalen. E-mail: aires@uri.edu.br
FREYRE, Gilberto. Sobrados e Mucambos: decadência do patriarcado e desenvolvimento do urbano. 16. ed. São Paulo: Global, 2006a. p. 106.
FREYRE, Gilberto. Sobrados e Mucambos: decadência do patriarcado e desenvolvimento do urbano. 16. ed. São Paulo: Global, 2006a. p. 113.
FREYRE, Gilberto. Sobrados e Mucambos: decadência do patriarcado e desenvolvimento do urbano. 16. ed. São Paulo: Global, 2006a. p. 121-122.
FREYRE, Gilberto. Sobrados e Mucambos: decadência do patriarcado e desenvolvimento do urbano. 16. ed. São Paulo: Global, 2006a. p. 110.
Segundo Freyre, por ethos entende-se o “conjunto de traços que exprimem o caráter de um grupo social [...]. Esses traços constituem também uma cultura regional ou nacional.” FREYRE, Gilberto; FONSECA, Edson Nery da (Org.). Antecipações. Recife: EDUPE, 2001. p. 240.
Neste trecho da obra o autor analisa a imposição das modas europeias e, em especial, da moda inglesa, devido ao Tratado de Methuen ou Tratado dos Panos e Vinhos (1703), referente ao acordo comercial entre Portugal e Inglaterra, o qual, no século XVIII, consolidou o comprometimento de Portugal em consumir os produtos têxteis britânicos, bem como o da Inglaterra em consumir os vinhos portugueses, o que introduziu no Brasil, durante a colônia e depois já no império, costumes e modas europeias.
FREYRE, Gilberto. Sobrados e Mucambos: decadência do patriarcado e desenvolvimento do urbano. 16. ed. São Paulo: Global, 2006a. p. 431.
Entende-se por camarinha quartos que geralmente eram encontrados nas casas grandes. Nos sobrados, as moças ficavam reclusas nas alcovas que eram os aposentos, onde na maioria dos casos se escondiam quando chegavam visitantes e pessoas estrangeiras. As moças na época viviam em casa e raramente saiam para a rua, e quando o faziam eram praticamente escondidas nos palanquins, nas liteiras (cadeiras portáteis carregadas por escravos) e nos carro de boi, ainda assim em poucos casos, como missas e determinados bailes.
FREYRE, Gilberto. Sobrados e Mucambos: decadência do patriarcado e desenvolvimento do urbano. 16. ed. São Paulo: Global, 2006a. p. 139.
FREYRE, Gilberto. Sobrados e Mucambos: decadência do patriarcado e desenvolvimento do urbano. 16. ed. São Paulo: Global, 2006a. p. 269-270.
FREYRE, Gilberto. Sobrados e Mucambos: decadência do patriarcado e desenvolvimento do urbano. 16. ed. São Paulo: Global, 2006a. p. 272.
FREYRE, Gilberto. Sobrados e Mucambos: decadência do patriarcado e desenvolvimento do urbano. 16. ed. São Paulo: Global, 2006a. p. 452.
FREYRE, Gilberto. Sobrados e Mucambos: decadência do patriarcado e desenvolvimento do urbano. 16. ed. São Paulo: Global, 2006a. p. 208.
GAMA, Lopes; MELLO, Evaldo Cabral de (Org.). O carapuceiro: crônicas e costumes. São Paulo: Companhia das Letras, 1996. p. 32.
O termo “más leituras” foi utilizado por Freyre quando ele exemplifica as novas influências literárias dando o exemplo do autor José de Alencar, que em suas obras situa a mulher como personagem capaz de se tornar insinuante e esperta, o que poderia fazer com que as moças, por meio dessas leituras, tomassem para si esses comportamentos, com a intenção de imitá-las.
FREYRE, Gilberto. Sobrados e Mucambos: decadência do patriarcado e desenvolvimento do urbano. 16. ed. São Paulo: Global, 2006a. p. 226.
Quanto aos cabelos longos, deve-se lembrar que nesse período muitas mulheres tinham piolhos, inclusive as mulheres de elite. No entanto, ao contrário das mulatas e negras que cortavam o cabelo devido aos piolhos, as mulheres da classe alta, mesmo tomadas de coceira, não deixavam de manter as madeixas tão compridas quanto lhes fosse possível, como forma de distinção social.
FREYRE, Gilberto. Sobrados e Mucambos: decadência do patriarcado e desenvolvimento do urbano. 16. ed. São Paulo: Global, 2006a. p. 140.
FREYRE, Gilberto. Sobrados e Mucambos: decadência do patriarcado e desenvolvimento do urbano. 16. ed. São Paulo: Global, 2006a. p. 454.
FREYRE, Gilberto. Sobrados e Mucambos: decadência do patriarcado e desenvolvimento do urbano. 16. ed. São Paulo: Global, 2006a. p. 600.
LE GOFF, Jacques. História e Memória. São Paulo: Unicamp, 203. p. 202.